08/12/2013

Inocentes e condenados: Os ursos

O circo esconde, com o seu brilho, a obscuridade cruel do tratamento que inflige sobre quem não pode defender-se: os espectadores deleitam-se com truques anti-naturais, não questionando o que é que os animais tiveram de sofrer até chegarem a este patamar de humilhação.

O mais recente artigo relativamente à exploração feita com os ursos nos circos reporta para Kiev, na Ucrânia, onde o grande mamífero é obrigado a andar numa bicicleta. As pessoas riem-se. As pessoas aplaudem. As pessoas divertem-se. O que as pessoas desconhecem, é que os ursos são severamente castigados para extrair-se obediência da parte deles: violência gratuita, aprisionamento e privação de alimento; são os três estigmas comuns para submeter estes animais aos números que impressionam aqueles que assistem.


Os treinadores quebram o nariz dos ursos, numa demonstração física de que são eles quem dominam. Também queimam as patas dianteiras dos animais para forçá-los a caminharem somente sobre as traseiras. Após o martírio que aguentam durante os treinos são novamente encarcerados nas suas jaulas, onde o espaço para movimentarem-se livremente é praticamente inexistente, daí ser frequente ver estes animais completamente imobilizados ou a andarem de um lado para o outro. Tanto um comportamento como o outro são sinais de stress agudo, interligado à auto-mutilação que fazem ao morder as próprias patas.

O urso é um animal omnívoro que vagueia incansavelmente à procura de alimento, hibernando quando as estações rigorosas arrancam. No circo este ciclo natural é interrompido: os animais não têm férias, passando horas a fio numa roda-viva interminável de viagens. As horas exaustivas e sem descanso resultam num colapso físico e mental dos ursos, que não estão naturalmente habituados a suportarem instabilidades climáticas.



Os ursos, bem como os restantes animais silvestres, são naturais de um determinado país ou região, vivendo na natureza e independentes do ser humano. Retirá-los do seu habitat torna-se automaticamente num mau trato, já que está-se a alterar-lhe toda a estrutura da sua vida e do seu modo de ser e de estar.

Circos com animais nunca serão rectos, justos e educativos. Mostrar uma exibição completamente artificiada através da violência só desinforma e alimenta a doxa falaciosa de que é possível domesticar animais selvagens.

Leiam mais sobre o porquê dos circos com animais serem um flagelo moral e ético na página do PAN.


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