01/03/2018

Inglaterra vai proibir animais selvagens nos circos a partir de 2020


O uso de animais selvagens em circos ambulantes será interdito a partir de 2020, após uma longa campanha levada a cabo pelos defensores dos animais.

A promessa feita pelo Governo, de banir a exploração de animais em circos, já se arrastava por cinco anos: finalmente, o Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Department for Environment, Food and Rural Affairs) confirmou que a proibição entrará em vigor no ano supracitado.

O anúncio foi feito depois de uma revisão da Welfare of Wild Animals in Travelling Circuses (England) Regulations 2012 (Regulamentos do Bem-Estar de Animais Selvagens em Circos Ambulantes) e que foram introduzidos como uma medida provisória antes da proibição. Esses regulamentos expiram no dia 19 de Janeiro de 2020 e, de acordo com o relatório, não vão ser renovados e darão lugar à proibição legislativa.

Os activistas há muito tempo que acusam os circos de crueldade contra os animais, desde denúncias de agressões físicas, negligência e condições insalubres nos quais os animais são deixados. Jan Creamer, presidente da Animal Defenders International, congratulou o governo pela decisão:

“Depois de uma campanha para parar com o sofrimento presente nos circos em todo o mundo por mais de 20 anos, estamos satisfeitos por uma proibição ser iminente. Os circos não têm como satisfazer as necessidades dos animais e a ADI tem documentado todo o sofrimento e abuso presentes. Felicitamos o Governo do Reino Unido por consignar este acto desactualizado para o passado onde pertence.”

No Reino Unido, só dois circos possuem licenças para ter animais selvagens. Juntos, têm 19 animais: seis renas, quatro zebras, três camelos, três guaxinins, uma raposa, uma arara e um zebu. Contrastando com esse cenário está a opinião da população, esmagadoramente contrária aos actos circenses com animais selvagens, sendo a maior parte contra todos os actos que envolvem quaisquer animais.

O uso de animais selvagens em circos também choca antagonicamente com as posições da FVE (Federação dos Veterinários da Europa) e da British Veterinary Association, as quais afirmam que “As necessidades de bem-estar dos animais selvagens não são atendidas dentro de um circo, tanto em termos de habitação como de permitir que os animais expressem o seu comportamento normal.”

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Recentemente, por terras lusas, a Assembleia Municipal da Maia aprovou, por larga maioria, a moção de recomendação do PAN à Câmara Municipal da Maia para “o não licenciamento de espectáculos circenses que incluam a exibição de animais”, tanto em “terrenos como em espaços municipais, assim como “a não atribuição de quaisquer apoios financeiros e/ou institucionais a estas mesmas actividades.”

Notícia e fotografia de: Independent