14/05/2019

Dieta vegetariana reduz o risco de morte por doença cardíaca em 40%


Nas últimas décadas, o número de estudos que liga a alimentação vegetariana à melhoria da saúde em geral aumentou. Desde o risco reduzido de obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica, uma dieta à base de plantas pode até mesmo proteger-nos de vários tipos de cancro. O coração também não é deixado de fora, como apontam vários relatórios.

Em Maio de 2018, foi publicada uma revisão na revista Progress in Cardiovascular Disease, que frisou os benefícios de uma dieta vegetal na saúde cardiovascular.

Os investigadores que são membros do Physicians Committee for Responsible Medicine reuniram informações de uma série de ensaios clínicos e estudos observacionais e descobriram que uma alimentação vegetariana estava consistentemente ligada a uma boa saúde do coração.

Com esse escrutínio, concluíram que uma dieta de base vegetal:

Reduz o risco de morte por doença cardiovascular em 40%;
Reduz o risco de doença coronária em 40%;
Ajuda a desbloquear as artérias parcial ou totalmente em até 91% dos pacientes;
Reduz o risco de hipertensão em 34%.

Além disso, os níveis de colesterol total e de lipoproteína de baixa densidade são muito mais baixos em vegetarianos em comparação com os não-vegetarianos. Por fim, este tipo de alimentação também mostrou ser uma aliada na perda de peso.

A Dr.ª Hana Kahleova, uma das autoras desse artigo, salientou que dietas e estilos de vida mais saudáveis reduzem o risco de ataque cardíaco em 81-94%, enquanto os medicamentos só conseguem reduzir esse risco em 20-30%. Uma dieta à base de plantas tem o poder de não apenas prevenir doenças cardíacas, mas também de dominá-las e, algumas vezes, até de revertê-las algo que nenhum medicamento jamais fez.

Outro estudo, divulgado no Journal of the American Heart Association, teve como base de investigação 954 mulheres com 70 anos ou mais. Através da tecnologia de ultra-som, os pesquisadores analisaram a espessura das paredes da artéria carótida no pescoço, bem como a quantidade de placas de gorduras nelas acumuladas. Paredes arteriais mais finas e com menos acúmulo de placa estão associadas a um menor risco de ataques cardíacos e derrames.

O estudo revelou que as participantes que consumiram, pelo menos, três porções de vegetais por dia tinham paredes arteriais 5% mais finas do que as mulheres que consumiram duas porções ou menos. O estudo também apontou que a inclusão de vegetais crucíferos na alimentação pode ajudar a optimizar a saúde vascular.

Os vegetais crucíferos fazem parte da família brassicaceae, também chamada de cruciferae. São plantas com flores de 4 pétalas, dispostas em formato similar ao de uma cruz, daí o nome. Alguns vegetais crucíferos são: brócolos, couve-flor, couve-de-bruxelas, agrião, nabo, rabanete, repolho, couve-chinesa, rúcula e folhas de mostarda.

A principal autora do estudo e nutricionista da University of Western Australia, Lauren Blekkenhorst, declarou à Reuters: Estamos empolgados por descobrir que a ingestão de vegetais crucíferos parece ser a mais benéfica. No entanto, isso não diminui a importância de outros tipos de vegetais, já que sabemos que é importante aumentar a variedade de todos os vegetais para manter a boa saúde.

A pesquisa também confirmou informações precedentes de que menos de uma em cada dez pessoas consomem as porções mínimas recomendadas de vegetais por dia. As mulheres que passaram pelo estudo consumiram, em média, apenas 2,7 porções diárias, em vez das cinco recomendadas. De facto, é uma situação recorrente que também foi apontada noutro estudo, que descobriu que 90% dos adultos americanos aumentam o risco de doenças crónicas por não consumirem frutas e vegetais suficientes.

Embora o estudo não tenha sido uma experiência controlada, já que as participantes foram solicitadas a relembrar e relatar a ingestão de vegetais, deixou claro que os vegetais são cheios de vitaminas e minerais que mostraram reduzir a inflamação e o stress oxidativo, factores que podem contribuir para as doenças cardiovasculares. Ademais, muitos estudos anteriores a esse já associaram dietas de base vegetal e maior consumo de vegetais a um risco menor de desenvolver doenças cardíacas ou de morrer por causa dessas doenças.

Como o vegetarianismo protege o coração?

Parece haver muitas razões pelas quais uma dieta totalmente vegetariana é mais saudável para o coração do que uma dieta rica em carne. Enquanto as plantas apresentam benefícios, a carne aumenta certos riscos: por exemplo, as plantas são ricas em fibras e fitonutrientes, que são conhecidos pelas suas propriedades anti-inflamatórias. Em contraste, os produtos animais são frequentemente ricos em gordura, colesterol, ferro heme e poluentes ambientais.


Artigo traduzido e adaptado do Medical News Today e Livekindly.

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